NÃO DEIXE O STRESS ARRUINAR SUA VIDA
Previna-se de forma fácil e inteligente
Sempre me perguntam se estamos trabalhando
demais com jornadas muito longas, e a resposta é sempre a mesma: sim, estamos.
E o pior é que não encontramos formas adequadas de se adaptar ao trabalho. Não
temos tempo suficiente para vida social, amorosa, aquele prazeroso encontro com
os amigos e entes queridos. Mas, nem sempre trabalhar de sol a sol como faziam
nossos antepassados é ruim. O problema está mais em como trabalhamos do
que em quanto trabalhamos, como estamos enfrentando os desafios
provenientes de nossa função, nosso relacionamento com os superiores
hierárquicos, subordinados e pares.
O importante é entender que o stress,
conhecido como Síndrome da Adaptação, está basicamente relacionado à
incapacidade da gente se adaptar a ambientes que mudam constantemente. A
situação geral da cidade, do estado, do país e do mundo se transforma
continuamente. E não temos como nos adaptar rapidamente nesse cenário mutante.
Nas empresas, as demandas aumentam dia a
dia, as cobranças por metas são cada vez maiores e muitas vezes inatingíveis, e
isso deixa a pessoa insegura. Ela se sente fracassada, com baixa autoestima,
ameaçada de perder o emprego. Esses fatos remetem ao medo da sobrevivência, um
dos instintos mais primitivos que temos, não só os seres humanos, mas todos os
seres vivos: a sobrevivência da espécie. Muitas vezes isso ocorre de forma
inconsciente, mas sempre ocorre.
Uma vida profissional desequilibrada e
estressada nos limita a convivência social saudável, importantíssimo para nosso
equilíbrio emocional. Somos animais sociais, sempre vivemos em bando e nos
apoiando mutuamente. A falta desse convívio pode nos gerar insegurança. Ficamos
num ciclo vicioso com o pensamento focado no serviço, de forma restritiva e em
circuito fechado: quanto mais pensamos no serviço, menos oportunidade temos de
nos distrair com outras coisas essenciais à vida saudável. Isso vai consumindo
nossas energias, levando-nos ao cansaço e a exaustão. Então, sentiremos falta
de vontade, de ânimo para o trabalho, com isso nosso rendimento cai e voltamos
ao começo do drama: precisamos dar resultados acima do normal, mas agora, sem
energia nem disposição.
Não somos super-homens. Somos de carne e
osso, emoções e sentimentos, ambições e desejos. Quando entramos num ciclo
vicioso, nossas forças diminuem e com ela nossa defesa orgânica nos predispõe a
uma série de doenças físicas e psicoemocionais, desde a simples gripe de
repetição e herpes a doenças mais sérias, como o câncer. Uma vez que nossa
resistência orgânica abaixa devido ao excesso de cortisol, o hormônio do
stress, estamos sujeitos a várias patologias.
O brasileiro é muito estressado. Pesquisas
indicam que cerca de 85% dos brasileiros são estressados. Creio que é devido a
grande influência da paixão dos latinos, que mistura as demandas do trabalho
com causas pessoais. Muitas vezes ele não está lutando por uma ideia em si, mas
pela sua vaidade, pelo o desejo de ter sua vontade prevalecida. Isso causa um
grande desgaste emocional e gera o stress. Sempre as contendas emocionais geram
desconforto e stress. Aliado a isso, o fato da nossa situação
político-econômica, da falta de segurança pública e seus problemas associados,
do precário atendimento à saúde, trânsito caótico causa stress e ansiedade na
sociedade. Num estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria da USP, relatou
que cerca de 30% dos habitantes da Grande São Paulo padece de transtornos
emocionais, sendo 19,6% de ansiedade. É muita gente.
Perguntam-me se stress é uma doença. Não. É
pior: é uma síndrome que pode se manifestar na forma de uma ou de diversas
doenças. Ela se dá em quatro etapas, sendo que a quarta etapa, a da exaustão, a
pessoa começa presentar uma ou várias doenças associadas, de gripes de
repetição, herpes, hipertensão, arritmias cardíacas, obesidade, depressão até doenças
mais graves. Os primeiros sintomas são sentidos como falta de tolerância,
irritabilidade, cansaço sem causa aparente, dor de cabeça, sono leve e não
reparador.
E como sei quando devo parar? Por meio da
auto-observação a pessoa saberá quando deve parar. A atenção fica difusa, o
rendimento cai, aparecem dificuldades com tomada de decisão, a paciência se
esgota. O problema é que não paramos, continuamos no mesmo ritmo, temos uma
agenda cheia, não delegamos e fazemos um esforço sobre humano para dar conta de
tudo com perfeição e para ontem, de preferência. A auto cobrança é tão
prejudicial quanto a que vem do seu chefe.
Reduzir a jornada de trabalho ajudaria a
reduzir o stress? Um trabalho em que não nos identifiquemos e que nos traz
insatisfação e desprazer pode parecer decorrer 20 dias em três. Nosso
envolvimento emocional deve ser ponderado, precisamos buscar recompensas
internas ou externas para que possamos ter prazer no que fazemos. Amar o que
faz. Isso estimula nossa área cerebral relacionada à recompensa e libera
quantidades significativas de serotonina, um neurotransmissor relacionado ao
prazer. Portanto, no meu entender, mais importante do que a quantidade de horas
trabalhadas é o prazer, o amor, a identificação com o que faz.
Mas o que devo fazer para reduzir o stress?
Uma resposta simples seria amar de verdade o que fazemos. Mas pode piorar se
não conseguirmos fazer com a perfeição que queremos. Portanto, gostar do que
faz é necessário, mas não é suficiente. Precisamos encontrar um equilíbrio emocional,
o que é conhecido como inteligência emocional. Associando as demandas do
trabalho com uma vida regrada e emocionalmente equilibrada, podemos prevenir o
stress. O stress é uma síndrome de adaptação: precisamos ter equilíbrio
emocional para se adaptar às diferentes situações que passamos durante nossa
existência. Nossa vida é dinâmica e, portanto, precisamos ter um "jogo de
cintura" emocional para que essa adaptação ocorra de maneira tranquila,
justa, sem stress.
Atualmente existe o biofeedback cardíaco,
uma ferramenta importantíssima que ajudar na estabilização emocional, a reduzir
o stress, ansiedade, hipertensão e outros males da vida moderna.
A prática muito simples. O biofeedback
cardíaco cardioEmotion (www.cardioemotion.com.br) foi desenvolvido por
cientistas brasileiros que estão baseados na Universidade de São Paulo. A
prática é muito simples: você instala um programa no computador, coloca um
sensor no dedo como se fosse um dedal e o programa começa a captar sua pulsação
cardíaca. O programa reconhece seu estado como estressado ou equilibrado.
Então, o próprio programa ensina o que fazer para encontrar seu ponto de
equilíbrio emocional, aumentar sua inteligência emocional. E tudo isso é feito
em tempo real, você vê na tela do computador. É muito fácil de utilizar. Ao
realizar os exercícios o coração entra num estado de harmonia conhecido como
coerência cardíaca e você vê essa mudança na tela do computador. Para isso,
existem nove jogos tipo videogame em que os personagens só atuam quando você alcança
a coerência cardíaca. A repetição desse estado é que leva a pessoa a alcançar
um profundo equilíbrio emocional e autoconhecimento.
Existem atividades que podemos fazer no nosso
dia a dia para tentar equilibrar o stress. Além da boa alimentação - rica em
proteínas, vegetais e vitaminas -, a prática consciente de esportes, caminhada,
yoga, lazer, convivência social saudável, boa leitura, trabalhar com que e com
quem você gosta e se identificar, fazer exercícios com biofeedback
cardioEmotion, que é uma poderosa ferramenta para o equilíbrio emocional.
Simples de fazer, os exercícios do cardioEmotion fortalecem o coração, melhora
a concentração, a tomada de decisão e o foco. Sem apresentar contraindicações.
BIOFEEDBACK:
PODEROSA FERRAMENTA PARA REDUÇÃO
DE STRESS E ANSIEDADE
Dr. Marco Fabio Coghi
Diretor geral, é pesquisador, químico (CRQ-4 nº 04203774), conferencista, fisioterapeuta pós-graduado (CREFITO-3 nº 125813-F). Professor convidado:da pós-graduação da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), do Curso de Especialização em Medicina Comportamental (UNIFESP – Coordenação do Prof. Dr. José Roberto Leite), do Curso de Gerenciamento de Stress, do International Stress Management Association (ISMA), do Curso de Neuropsicologia Aplicada a Reabilitação (coordenação Dra. Livia Stocco Sanches Valentin).