O Instituto Avalon é uma organização com mais de duas décadas de atuação voltada para a divulgação, educação, aplicação e pesquisas de conceitos e técnicas promotoras da qualidade de vida, priorizando as técnicas naturais e suas premissas. Considerando a integração harmoniosa entre as diversas entidades (mente, emoção, energia vital e físico) que compõem o ser humano e o meio ambiente. Os profissionais que formam a equipe de terapeutas do Instituto são experientes, com reconhecida competência em suas especialidades.

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Foi conferido ao Instituto Avalon, o PRÊMIO QUALITY EDUCAÇÃO, pela International Quality Company, com a chancela da Sociedade Brasileira de Educação e Integração.

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Monteiro Lobato: O Homeopata de Taubaté



Monteiro Lobato

O espírito da coisa:
                                                           
                              Carta de Monteiro Lobato a Godofredo  Rangel, Fazenda, 3 de março de 1917.
Rangel,  
A homeopatia.... Eu pensava como você; ou pior ainda, não me dava ao trabalho de pensar a respeito. Não acreditava nem desacreditava. Não pensava no assunto e pronto. Mas, um dia sobreveio o estalo e fiquei tonto. 
O meu Edgarzinho apareceu com uma doença no nariz. Isso na fazenda. Ele tinha dois anos. Corro a Taubaté. Consulto os médicos locais. “O MELHOR É VER UM ESPECIALISTA EM SÃO PAULO”. Vamos a São Paulo. “Quem é o baita dos narizes”? J. J. da Nova. Examina, cheira, fuça e vem com o grego. “Rinite atrófica”. Só pode sarar lá pelos dezoito ou vinte anos, mas vá fazendo suas insuflações com isto. E me deu uma droga de insuflador. Voltamos para Taubaté muito desapontados. Dezoito anos! Mas minha casa era defronte a de uma prima. Vou vê-la. Tenho de esperar na sala de visitas um quarto de hora.
Em cima da mesa redonda está um livro de capa verde. Abro-o Bruckner, o médico homeopata. Instintivamente procuro a seção “NARIZ”. Leio conjunto de sintomas. Um deles coincide com os sintomas do Edgar... (cont.) (cont.) ... Prescrição: Mercurius. Entra a prima.                   

“Vale a pena isto de homeopatia”? Pergunto cético,
E ela “experimenta, não custa nada”.

Quando passei pela farmácia. “Tem Mercurius”? Tinha. Comprei cinco tostões. Almeida Cardoso – Rio.  Levo para casa. Falo a Purezinha. Sem fé nenhuma dou os carocinhos ao Edgard. Mais que mandavam as instruções, cinco em vez de três. Depois, mais cinco. 
No dia seguinte o milagre: todos os sintomas da rinite haviam desaparecido, mas sobreviera uma novidade: purgação nos ouvidos
Cheio de confiança corro à casa da prima atrás do livro de capa verde. Procuro “OUVIDO” e leio esta maravilha: “às vezes sobrevém no ouvido por sobrecarga de Mercurius e, nesse caso, o remédio é Sulphur. Vou voando à farmácia e compro Sulphur

Mais quinhentos réis. Dou Sulphur ao Edgar e pronto. Sarou do ouvido. Sarou da rinite. Sarou de tudo. Preço da cura mil réis. Pela alopatia, em troca da não cura, várias consultas médicas, viagem a São Paulo, drogas insuflantes e aparelho insuflador e a desesperança. 
Que fazer depois disso, Rangel, senão mandar vir um livro de capa verde e uma botica com todas as homeopatias do Almeida Cardoso? Cem mil réis custou-me e desde então curo tudo em casa e no pessoal da fazenda. Fiquei com fama de mágico. Vem gente dos sítios vizinhos. “Ouvi dizer que o senhor é bom doutor, que cura”- e curo mesmo. Chega a vir gente até do município vizinho atrás dos carocinhos mágicos.       
Lobato